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Jose Muñoz,
Muñoz & Sampayo

 


Jose Muñoz nasceu em Buenos Aires na Argentina em 1942, onde estudou artes, pintura e escultura, marionetes, teatro, cenografia e banda desenhada.
Em 1972, emigra para Espanha onde conhece Carlos Sampayo, de cuja colaboração nasceram as aventuras do detective Alack Sinner, entre inúmeras outras. As primeiras pranchas da dupla foram inicialmente publicadas na Linus italiana, depois na Charlie Mensuel e mais tarde na (A SUIVRE).

O desenho de Jose Muñoz é rude, de um preto-e-branco herdado dos mestres Hugo Pratt e Alberto Breccia, de quem foi aluno. É um preto e branco sem cinzentos, dramático, rasgado, cheio de arestas, que evoca de forma exemplar os ambientes do policial noir e da noite underground nova-iorquina. O ambiente escuro e violento dos becos e dos bares de New York, os personagens feios, entre os gangsters, as bailarinas de strip e o álcool, e também o Jazz, percorrem as histórias do detective Alack Sinner. [Mais sanguinolento, mas menos rugoso e incisivo (no desenho), Sin City de Frank Miller foi buscar, sem dúvida, as influências a Alack Sinner, quinze anos após.]

A singularidade do trabalho de Jose Muñoz é reconhecida nos inúmeros prémios da especialidade, sendo de referir três do festival de Angoulême (França, 1978 e 1983, com Carlos Sampayo, e 2007), o prémio Yellow-Kid (Itália, 1982), Harvey (EUA, 1984, com Sampayo), e o Boum (Blois, França, 2000).

Igualmente argentino, o argumentista Carlos Sampayo exilou-se em Espanha no início dos anos 70, durante o período da ditadura argentina. A colaboração com Jose Muñoz foi profícua. A ele se deve muito do universo sombrio de New York, que se diria retirado do policial negro de Raymond Chandler ou Dashiell Hammett, transposto para as pranchas de Alack Sinner ou Billie Holiday por Muñoz; mas também o regresso à Argentina de Carlos Gardel, La voix de l'Argentine.

Outros desenhadores que beneficiaram dos argumentos de Sampayo foram o também argentino Oscar Zarate ou o italiano Igort, autor dos desenhos da biografia de Fats Waller (2006).
Carlos Sampayo é também o escritor de vários romances.
Além dos prémios Angouléme e Harvey com José Muñoz, Carlos Sampayo recebeu ainda o prémio Micheluzzi do Napoli Comicon pela obra Fats Waller (2006, com Igort).

O desenhador Jose Muñoz e o argumentista Carlos Sampayo conheceram-se em Espanha em 1974, tendo iniciado uma frutuosa colaboração que se prolongou por muitos anos e uma extensa obra. Sem nunca ter ido aos Estados Unidos, a dupla recria os ambientes mais soturnos de New York, através das histórias do detective Alack Sinner (que viria mesmo a ter uma curta aparição no Billie Holiday, de 1991), que foram inicialmente publicadas no Charlie Mensuel e (A SUIVRE), com grande sucesso.


Billie Holiday, Muñoz & Sampayo
Billie Holiday é um biopic construído a partir da investigação de uma jornalista que, trinta anos após o desaparecimento da cantora, de que desconhece tudo, é enviada a escrever a sua biografia, e que se confronta com uma história dramática de abuso e de violência, que o jornalismo sensacionalista da época sobrelevava, escondendo o génio e a singularidade de uma das maiores vozes do Jazz de sempre.

Billie Holiday foi editado como novela gráfica em português, em parceria com o jornal Público, numa luxuosa edição da editora Levoir, que gentilmente autorizou a exibição desta prancha.  
Para além de outras, Bille Holiday teve também uma edição brasileira (1991).

Billie Holiday, p. 43, Muñoz & Sampayo (2015)
(versão portuguesa editada pela Levoir – Público, de 2015)
© Casterman, 2015
Publicado por Levoir S.A. sob licença de Éditions Casterman
Direitos da tradução portuguesa Levoir S.A.


Nos Bares, Muñoz & Sampayo
Iniciada com Le Bar à Joe, local de encontro do detective Alack Sinner, Nos Bares (Dans Les Bars) é o terceiro livro da série e reúne cinco contos de Muñoz & Sampayo, entre os quais “Chez Jeannette”. A história passa-se no ano de 2001 no célebre café com o mesmo nome. Jean-Luc Godard e alguns amigos falam da lenda da guitarra desaparecida que Django Reinhardt terá entregue ao amigo Oscar Alemán quando fugiu para os Estados Unidos para escapar ao nazismo.

“Chez Jeannette” in Nos Bares, pg. 26, Muñoz & Sampayo, 2002
(edição portuguesa editada por ASA Editores, 2002)
© 2002, ASA Editores


L´Homme à L’Affût, Julio Cortázar ilustré par Jose Muñoz
Sem edição portuguesa, L´Homme à l´affût é a tradução francesa do conto de Julio Cortázar “El perseguidor”, com ilustração de Jose Muñoz.
Não é uma banda desenhada, mas toda a arte de Muñoz está presente na magnífica homenagem de Cortázar a Charlie Parker. A história relata a conturbada perseguição de um jornalista ao genial Johnny Parker, deparando-se com um ser humano em crise devido ao álcool e às drogas.
“El perseguidor” é um dos quatro contos de Las armas secretas, de 1958, de Julio Cortázar. As armas secretas teve várias edições portuguesas, mesmo se nem sempre respeitando a reunião original.

L´Homme à L’Affût, pg. 4, Julio Cortázar ilustré par Jose Muñoz, 2010)
© Futuropolis 2010


José Muñoz - Cidade, Jazz da Solidão, Muñoz e outros
Editado pela Câmara Municipal de Lisboa de parceria com a Livros Horizonte, no âmbito da Capital Iberoamericana de Cultura, José Muñoz – Cidade, Jazz da Solidão (1994) reúne textos vários e pranchas de José Muñoz e autores portugueses, numa homenagem merecida ao desenhador.
Coordenado por João Paulo Cotrim, o preito mereceu prefácio de João Soares, à altura Vereador de Cultura da CML, e textos de Cotrim, Silvano Mezzavilla, Francisco José Viegas, João Paulo Paiva Boléo e Paulo Pereira; e os desenhos de André Lemos, Fernando Martins, Filipe Abranches, Jorge Mateus, Maria João Worm, Nuno Saraiva, Pedro Burgos e Renato Abreu. A trintena de pranchas avulsas de Muñoz publicadas percorrem a obra do desenhador, com ênfase para as desventuras do detective Alack Sinner, mas também Billie Holiday e outras.   

José Muñoz, Cidade, Jazz da Solidão, capa, Muñoz e outros (1994)
edição de homenagem a Jose Muñoz da Câmara Municipal de Lisboa.

© Câmara Municipal de Lisboa